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Get Out (Corra!) - Tudo o que você não pode deixar passar do filme



Antes de começar esse texto, gostaria de agradecer imensamente à minha amiga Luisa Melo por me incentivar a ver novamente Get Out! com olhos mais atentos. A verdade é que, por muitos momentos, mergulhamos tanto nos filmes que deixamos passar detalhes essenciais. São esses grandes e importantes detalhes que vim compartilhar com vocês neste texto.


O longa Get Out (2017), dirigido por Jordan Peele, conta a trágica e perturbadora história de Chris Washington, um homem negro que vai visitar a família de sua namorada branca. O filme conta com brilhantes atores como Daniel Kaluuya (Chris Washington), Catherine Keener (Missy), Bradley Whitford (Dean) entre outros.


Para além das estrelas do filme, não podemos deixar de pontuar a brilhante construção de figurino de Nadine Haders, o qual já já iremos analisar, e que, junto aos cenários, desenharam a fotografia e deram todo o significado ao filme.


* Contém spoilers abaixo.


Figurinos de Corra


As paletas de cores vibrantes das roupas do filme são usadas como denúncia de uma realidade. Além disso, estilos, formatos e até mesmo o cenário que ocupam influenciam no significado construído para o filme. Vamos conferir?


1. Os convidados

Nessa parte do filme, acontece uma festa na casa da namorada de Chris. O comportamento dos convidados é extremamente estranho. Chris é interrogado sobre seu corpo, sua força e até mesmo é posto em questão sua vida sexual.


Analisando o comportamento desses convidados e as cores de suas roupas, relacionei a organização terrorista Ku Klux Klan (KKK), criada depois da Guerra Civil Americana pelos soldados com o intuito de perseguir e matar pessoas negras.


2. Chris e a namorada

As roupas de Rose, namorada de Chris, refletem uma típica mulher branca americana. Nessa cena podemos enxergar a bandeira americana a partir das cores da roupa do casal.


3. Chris com roupas cinzas confortáveis

Na cidade, Chris usa cores que representam sua personalidade e estilo, principalmente azul, o que me fez lembrar Daryl Davis, homem negro americano que convenceu membros da ku klux kan saírem e denunciarem a organização. Ao chegar na casa dos pais de Rose, percebemos Chris usando roupas de cor cinza, uma cor que existe a partir das cores branca e preta, como se Chris estivesse perdendo sua essência, uma tentativa de apagamento.


4. Os avós

Todas as pessoas que trabalham na casa são negras e isso faz com que Chris questione a família quanto ao racismo. O que Chris não imaginava é que os pais, além de racistas, faziam cirurgias cerebrais em pessoas negras. Foi o caso de Georgina (esquerda) e Walter (direita) que foram operados e os cérebros dos avós de Rose transplantados em suas cabeças. Isso responde o porquê deles usarem roupas mais antigas e esconderem a cicatriz por trás de uma peruca ou um chapéu.


5. Os pais

Dean e Missy, os pais da namorada de Chris, exalam logo no primeiro momento uma vibe cool, sendo pais modernos e estilosos. Isso acontece porque o figurino que eles vestem reforçam muito bem esse cenário, uma vez que Dean usa blusas pretas de gola alta com um óculos de estrutura grossa, parecendo um jovem descolado, enquanto Missy usa roupas de camurça marrom.


6. O Capacete

O filme conecta uma de suas primeiras e últimas cenas com um item chave: o capacete dos cavaleiros brancos da Klan. O carro branco, no início do filme, persegue um homem negro enquanto toca a música “run rabbit run”. A pessoa, com o capacete, enforca e coloca o homem negro na mala. O carro branco e o capacete são uma clara referência ao capacete dos cavaleiros brancos da Klan.


7. Evolução do figurino de Rose

Rose, namorada de Chris, começa o filme usando azul, a cor que Chris também usa para representar sua personalidade, e até podemos fazer um paralelo para a cor do partido democrata. Ao longo, Rose usa roxo, cor resultante da mistura entre azul e vermelho. Após isso, a personagem aparece usando as cores branca e vermelha, como os republicanos, e complementando as roupas das pessoas que representam a bandeira da Klan. Por último, ela aparece de branco e cabelo preso, como a grande vilã fascista e supremacista.


As observações propostas nesse texto foram de imersão subjetiva do filme e que achei importante compartilhar. Para complementar, há também um excelente texto de entrevista com a figurinista do filme, que está recheado de informações sobre o longa. Vale a pena conferir!


E vocês, o que acharam do figurino do filme? Já tinham reparado nesses detalhes? Conta para a gente no nosso Instagram @cinemaecafecomleite



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